Comissão de Relações Internacionais aborda cláusulas de sustentabilidade para exportação
30 de agosto de 2023
A Comissão Extraordinária de Relações Internacionais realizou uma reunião nesta terça-feira (29/8) com o professor da Escola de Relações Internacionais da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e consultor do Banco Mundial, Eduardo Mello. Ele falou sobre o crescimento da exigência de cláusulas de sustentabilidade em acordos internacionais de livre comércio registrados na OMC (Organização Mundial do Comércio).
“Cada vez mais os tratados internacionais envolvem o compromisso com o desenvolvimento sustentável e a rastreabilidade dos produtos agrícolas desde o início até o final da cadeia produtiva”, expôs o professor Eduardo, ao falar sobre essa tendência mundial que exige adaptação dos produtores para exportar aos mercados consumidores mais exigentes.
Inclusive, o professor mostrou que o acordo entre Mercosul e União Europeia está exatamente na fase de negociação em torno de exigências ambientais, como combate ao desmatamento e rastreabilidade. “Os capítulos todos do acordo já foram fechados com um texto básico em que as duas partes concordam, agora a questão é uma carta adicional que a comissão europeia protocolou junto ao governo brasileiro sobre compromissos de sustentabilidade que o lado europeu deseja adicionar ao texto do tratado”, relatou.
Um estudo feito pela Escola de Relações Internacionais da FGV sobre cláusulas ambientais no comércio de açúcar do Brasil para a União Europeia revelou que a maioria dos produtores que conseguiu se adaptar para obter o certificado Bonsucro, que demonstra compromisso com a sustentabilidade ambiental e social da cana-de-açúcar, é do Estado de São Paulo e de grandes produtores.
A pesquisa demonstra ainda que implantar uma produção sustentável exige investimentos em tecnologias e um tempo de adaptação, que constitui um desafio aos pequenos produtores. “Para quem conseguiu fazer a transição, houve uma piora inicial na performance em função do custo de adaptação, de fornecedores não estarem preparados e após a fase da adaptação há uma vantagem mercadológica na exportação, que tende a se acomodar na medida em que o mercado se adaptou e ninguém mais exporta sem a certificação”, concluiu.
O professor Eduardo Mello contou que a Escola de Relações Internacionais está produzindo uma inteligência artificial sobre o índice de risco para as cadeiras produtivas agrícolas. “Estamos mapeando onde estão os riscos em termos de certificação sustentável e legislação internacional para as cadeias produtivas brasileiras, principalmente para o setor agrícola que é o mais impactado em questão. Há uma série de protocolos internacionais que têm que ser seguidos e as cadeias produtivas precisam se adaptar e para isso é importante saber onde estão os riscos”, explicou.
Apesar das mudanças no cenário agrícola parecerem distantes da realidade urbana da capital, o professor Eduardo explicou que é bem ao contrário. Afinal, a negociação de produtos agrícolas, etapa final de venda, acontece exatamente nos escritórios do município.
“O grande produtor de açúcar não está vendendo seu produto sozinho e sim via São Paulo. A venda é intermediada pela trader de commodities na Avenida Faria Lima. Então uma boa parte dos serviços financeiros depende de regulação internacional que seja vantajosa para o produtor nacional. É uma longa cadeia que termina aqui, então se a cadeia agrícola enfrenta desafios, isso vai se refletir nas traders de commodities baseadas aqui em São Paulo”, exemplificou.
A presidente do colegiado, vereadora Cris Monteiro (NOVO), disse que pretende encaminhar a pauta da sustentabilidade para a Secretaria Municipal de Relações Internacionais. “Precisamos ver como a Prefeitura pode se engajar nesta questão dos tratados, porque São Paulo é forte na área dos serviços, mas também como ele falou aqui em serviços financeiros de commodities agrícolas, ou seja, a agricultura culmina na capital com a intermediação de traders da Faria Lima que vendem para o mercado futuro na Bolsa de Valores”, pontuou a parlamentar.
Comissão de Relações Internacionais aborda cláusulas de sustentabilidade para exportação
A Comissão Extraordinária de Relações Internacionais realizou uma reunião nesta terça-feira (29/8) com o professor da Escola de Relações Internacionais da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e consultor do Banco Mundial, Eduardo Mello. Ele falou sobre o crescimento da exigência de cláusulas de sustentabilidade em acordos internacionais de livre comércio registrados na OMC (Organização Mundial do Comércio).
“Cada vez mais os tratados internacionais envolvem o compromisso com o desenvolvimento sustentável e a rastreabilidade dos produtos agrícolas desde o início até o final da cadeia produtiva”, expôs o professor Eduardo, ao falar sobre essa tendência mundial que exige adaptação dos produtores para exportar aos mercados consumidores mais exigentes.
Inclusive, o professor mostrou que o acordo entre Mercosul e União Europeia está exatamente na fase de negociação em torno de exigências ambientais, como combate ao desmatamento e rastreabilidade. “Os capítulos todos do acordo já foram fechados com um texto básico em que as duas partes concordam, agora a questão é uma carta adicional que a comissão europeia protocolou junto ao governo brasileiro sobre compromissos de sustentabilidade que o lado europeu deseja adicionar ao texto do tratado”, relatou.
Um estudo feito pela Escola de Relações Internacionais da FGV sobre cláusulas ambientais no comércio de açúcar do Brasil para a União Europeia revelou que a maioria dos produtores que conseguiu se adaptar para obter o certificado Bonsucro, que demonstra compromisso com a sustentabilidade ambiental e social da cana-de-açúcar, é do Estado de São Paulo e de grandes produtores.
A pesquisa demonstra ainda que implantar uma produção sustentável exige investimentos em tecnologias e um tempo de adaptação, que constitui um desafio aos pequenos produtores. “Para quem conseguiu fazer a transição, houve uma piora inicial na performance em função do custo de adaptação, de fornecedores não estarem preparados e após a fase da adaptação há uma vantagem mercadológica na exportação, que tende a se acomodar na medida em que o mercado se adaptou e ninguém mais exporta sem a certificação”, concluiu.
O professor Eduardo Mello contou que a Escola de Relações Internacionais está produzindo uma inteligência artificial sobre o índice de risco para as cadeiras produtivas agrícolas. “Estamos mapeando onde estão os riscos em termos de certificação sustentável e legislação internacional para as cadeias produtivas brasileiras, principalmente para o setor agrícola que é o mais impactado em questão. Há uma série de protocolos internacionais que têm que ser seguidos e as cadeias produtivas precisam se adaptar e para isso é importante saber onde estão os riscos”, explicou.
Apesar das mudanças no cenário agrícola parecerem distantes da realidade urbana da capital, o professor Eduardo explicou que é bem ao contrário. Afinal, a negociação de produtos agrícolas, etapa final de venda, acontece exatamente nos escritórios do município.
“O grande produtor de açúcar não está vendendo seu produto sozinho e sim via São Paulo. A venda é intermediada pela trader de commodities na Avenida Faria Lima. Então uma boa parte dos serviços financeiros depende de regulação internacional que seja vantajosa para o produtor nacional. É uma longa cadeia que termina aqui, então se a cadeia agrícola enfrenta desafios, isso vai se refletir nas traders de commodities baseadas aqui em São Paulo”, exemplificou.
A presidente do colegiado, vereadora Cris Monteiro (NOVO), disse que pretende encaminhar a pauta da sustentabilidade para a Secretaria Municipal de Relações Internacionais. “Precisamos ver como a Prefeitura pode se engajar nesta questão dos tratados, porque São Paulo é forte na área dos serviços, mas também como ele falou aqui em serviços financeiros de commodities agrícolas, ou seja, a agricultura culmina na capital com a intermediação de traders da Faria Lima que vendem para o mercado futuro na Bolsa de Valores”, pontuou a parlamentar.
Fonte: Portal Câmara Municipal de São Paulo
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